2012-06-04 ORGANIZAÇÃO ESTÁ SATISFEITA COM MACAU MAS PREOCUPAÇÕES NÃO RECAEM APENAS NO CENTRO HISTÓRICO


04/06/2012 — mhaa

ORGANIZAÇÃO ESTÁ SATISFEITA COM MACAU MAS PREOCUPAÇÕES NÃO RECAEM APENAS NO CENTRO HISTÓRICO

UNESCO quer mais edifícios protegidos

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2012-06-04 | Jornal Tribuna de Macau

Apesar do desenvolvimento acelerado da cidade representar um risco para o Património Mundial, a UNESCOmostra-se satisfeita com o trabalho da prevenção da RAEM, ao notar que o processo legislativo neste âmbito jáfoi desencadeado. Ainda assim, crê que muito há a fazer e que as preocupaçóes não devem recair apenas no Centro Histórico, devendo ser alargada a lista de edifícios ser alargada a lista de edifícios com interesse


FÁTIMA ALMEIDA

Pelas paredes há desenhos de cerca de 10.000 jovens, mas é no terreno que a UNESCO quer ver Macau agir na protecção do Património Mundial. A conclusão de uma proposta de lei para a salvaguarda do património cultural e o alargamento da lista de edifícios protegidos são algumas das medidas que o Instituto de Formaçáo e Investigaçáo sobre o Património Mundial para a Àsia e a Região do Pacífico considera mais urgentes para o território.


“O mais importante é sem dúvida que a lei seja publicade e também que Macau comunique com maisorganizações para que seja possível trablhar a protecção de forma consistente”, disse ao JTM Wang Qinran, do Centro Suzhou daquele Instituto que esteve no território para participar na inauguração de uma exposição de desenhos sobre a temática do Património.


Depois do alarme crítico da UNESCO ter soado no território, Wang Qinran considera, no entanto, que Macau tem estado mais atenta.“A RAEM já tem feito bastante trabalho para proteger o Património Mundial. Tem sido suficiente, o que não quer dizer que não tenha de fazer mais”, referiu a responsável daquele centro regional de formação da UNESCO.


Apesar dos riscos que o desenvolvimento acelerado acarreta, a UNESCO crê que o Governo está a ter uma atitude proteccionista. “Já iniciaram o processo de elaboração da lei para preservar área protegida. A cidade está a crescer muito depressa e as construções podem afectar o Centro Histórico, mas já estão a tomar medidas preventivas”, acredita Wang Qinran. PROTEGER E EDUCAR MAIS. Mas não é apenas sobre o Centro Históricoque devem recair as preocupações. “O alargamento da lista de edifícios com interesse histórico e cultural é umtrabalho que deve ser concretizado e depressa, porque os edifícios são únicos e uma vez destruídos não se conseguem de volta”, referiu Wang Qinra.


Esta foi, aliá, uma intenção já manifestada pelo Governo, que se comprome-teu a estudar outros edifícios quepossam ter valor para ser protegidos. No final de Abril do ano passado, o Instituto Cultural disse ao JTM que os trabalhos de análise a outros edifícios estavam a decorrer, mas não avançou pormenores concretos sobre o projecto.


Também para a Associação dos Embaixadores do Património de Macau o trabalho de análise permanente deve ser uma das prioridades. “Temos de alargar o âmbito das áreas protegidas. A Fortaleza da Guia é um dos exemplos que mostra a necessidade de estudar os nossos espaços. E não nos podemos concentrar apenas no Património Mundial, temos de olhar para outras áreas que possam ter valor para nós”, sustentou Miki Ching, membro daquela associação.


Com uma proposta de lei de salvaguarda do Património que permitirá aos cidadãos ter uma voz mais activa no âmbito da preservação, a educação sobre o legado histórico e cultural é uma questão que não deve ser esquecida. “Temos de nos focar em fazer melhor e um dos pontos principais é a sensibilização das próximas gerações, porque se uma pessoa é de Macau e não protege o seu legado é muito mau”, disse Miki Chong.


Miki Chong considera positivo o facto do Governo valorizar a opinião dos cidadãos, mas alerta para a necessidade de ser incrementado o conhecimento sobre o Património. “È bom envolver os cidadãos nestas questões, mas também é necessário que compreendam o significado do Património”, referiu, notando que tal só é possível se for reforçada a consciência de preservação junto das novas gerações.


A representante da UNESCO também destaca a voz dos cidadãos no processo de preservação como um dos aspectos mais positivos. “O mais importante é fazer com que os cidadãos tenham a intenção de proteger estas áreas. Se as pessoas estiverem conscientes da necessidade de preservação será muito mais fácil”, disse Wang Qinran.

UNESCO quer mais edifícios protegidos




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